Nos correntes tempos não se é preciso força para respirar a infidelidade. Músicas, filmes e novelas estão recheadas sobre a tal, tornando-a culturalmente um ato normal e lícito por sua procura iminente de prazer. Relacionamentos, em seu amplo conceito, perdem a confiabilidade e concretude que tanto trabalhamos para conquistar. O verbo 'Ser' passou a "Estar" e a fidelidade tornou-se condicional a uma vontade humana.
Ao criar um paralelo da (IN)fidelidade com o crescimento do consumismo brasileiro, podemos concluir que há inteira ligação entre estes dois aspectos. Acha que não? Então vamos lá: Em tempos antigos, quando uma pessoa adquiria algo (seja um brinquedo, livro, etc) ela cuidava com maior zelo e valorizava tal aquisição. Caso houvesse alguma ruptura ou dano, a primeira coisa a fazer era tentar consertar. Em tempos vigentes, caso nesse mesmo brinquedo haja algum dano, a primeira coisa a se pensar é na troca imediata. Hoje muitos não querem ser fiéis a objetos, quiçá a pessoas!
A tecnologia em forma de aplicativos e sites corroboram para o mecanismo do sistema infiel. Smartphones, tablets e outras plataformas são utilizadas como meios para um fim totalmente degradante à sociedade.
Se engana quem acredita que a crescente da (IN)fidelidade é culpa das citadas acima (novelas, músicas, filmes, aplicativos, sites...). Não, não é! Estamos suscetíveis a inúmeras informações durante o nosso dia a dia, mas absorvemos e utilizamos aquilo o que queremos filtrar para nossa vida. Ser fiel transcende questões religiosas e/ou politico socioculturais; tem haver com pura e simplesmente caráter (ou a falta de).
O que você adquiriu está danificado? Então vamos brincar de consertá-lo, pois ainda há um grande jardim pra você brincar com ele e resquícios de ar puro na fidelidade.